sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Poesia é fácil. Difícil é reunião de pais e mestres.

Mais um texto sobre a vida. Tem gente que se acha especial mesmo. Enfim, vamos lá.

Tem uns 3/4 meses que tenho essa fixação pela mania das pessoas em romantizar a vida. Acontece bastante. Tudo tem que ser especial. Tudo tem que passar alguma mensagem. Eu tenho que sofrer por algo. Eu tenho que amar demais as flores no caminho pra casa. Eu tenho que escrever sobre isso.

Tranformar o dia-a-dia em algo especial faz com que você ache que sua vida seja especial.

Romantizar a corrida de 5km como se fosse uma travessia a nado no pantanal cheio de jacaré.
Força, foco e fé. Jesus!

Também tem um tempo que eu acho que a vida (pelo menos a minha) não é boa. Nem é ruim. Tem dias  bons e tem dias ruins. Quando começei a lidar com a vida dessa maneira, fiquei mais pragmático e o resultado é que os dias ruins não tem mais tanto impacto nos dias bons. Eu penso: é só um dia ruim. É só lidar com ele. Amanhã pode ser outro dia ruim, mas tem a chance de ser bom também. Não é difícil perceber que a aleatoriedade tem influencia sobre minha vida, né? Melhor ela do que eu tentar controlar os dias e tranformá-los em algo maior do que são. Obviamente, Lívia envieza bastante os dados para os dias bons.

Se sua plantinha morre. É um dia ruim. Não vamos romantizar isso. Não transforme isso em algo para escrever sobre.

"Poesia é fácil. Difícil é reunião de pais e mestres."

A vida é uma sequencia finita de dias bons e ruins. Nossa, como sinto falta do meu pai. Hoje foi um dia ruim.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Modelo de torcida


Eu tenho preguiça de ler qualquer texto que comece com "o brasileiro". Mas olha só, que ironia, vou ter que escrever um desses...

O brasileiro tem o melhor modelo de torcida que eu já vi. Ele não torce, ele gosta de ganhar. Se Senna não morresse e, caso disputasse, perdesse os dois próximos campeonatos, era um fracassado.

A gente não suporta perder. Sempre é culpa de alguém. Normalmente de uma entidade externa ou de uma sacanagem.

A França esculachou o Brasil na final da copa de 98. Culpa de quem? Nike!

A safra do Brasil é meia-boca, mas se o time perde, é a CBF a culpada. Nunca o adversário que jogou pra caramba.

Olha só, esse Anderson Silva era, até semana passada, o maior lutador de todos os tempos. Isso mesmo. Pode procurar aí. "Melhor lutador de todos os tempos". Por que?

- "Ele é muito melhor que os outros. Luta com a guarda baixa. Esculaxa o adversário."
- "Ele brinca no ringue de tão bom que é."

Beleza. Aí ele faz o que sempre fez na vida toda. No entanto, perde.

- "Foi comprado."
- "Escroto! Bem feito! Não respeita os adversários."
- "Lixo. Nunca foi lutador."
- "Foi a Nike"

Amiguinhos, como dizem na minha terra, vocês são muito garapeiros.












quinta-feira, 27 de junho de 2013

Meia-maratona!

Hoje eu cumpri a promessa feita há 11 meses atrás e corri uma meia-maratona em homenagem a meu pai.

Foram 21.1km em 2 horas 4 minutos e 44 segundos. Fiz em um pace (5:53min/km). Melhor do que eu tinha estipulado (6min/km). Esse pace é extremamente confortável para mim. Não fiquei ofegante em momento algum.

Como quase tudo que faço, fiz sem seguir regras, conselhos, dicas etc. Ou seja, da maneira errada. Eu saí para correr 16km, mas depois do km 15 eu entrei em transe, igual Ayrton Senna em Monaco. Fiz os últimos 6.1km sem pensar muito.

Por não seguir regras e dicas, eu cometi vários erros:

  • Não bebi água em momento algum. Não façam isso crianças. No km 19 eu tava trocando minha dignidade por um copo d´agua.
  • Não sabia que ia correr a meia antes de começar. Isso não é bom porque quando você vai correr, seu cérebro parece que te prepara para a distância que você disse que ia correr.
  • Não calculei onde a prova ia terminar. Terminei no meio de um parque. Isso me fez andar 4km depois do fim da prova pra pegar o busão de volta pra casa :)

As dores que senti:


  • Na alma toda e todo o tempo. 21.1km são desafiantes demais psicologicamente falando. Tem momentos em que o tempo não passa. Tem momentos em que você diz: "Porra, não foi nem metade ainda". Mas se controlar o psicológico e mantiver um pace confortável, a prova não é exaustiva.
  • No joelho. Entre o km 04 e 05. Por causa de uma descida muito íngreme.
  • Na parte de trás da perna direita. No km 19. Fadiga mesmo.
  • Na perna direita toda. Entre o km 19 e 21.
Se alguém vier com a pergunta canalha "e aí, pronto para a maratona?" Eu sou capaz de ir correndo até onde você está e te matar engasgado com seu próprio fêmur.

É isso. Eu tinha uma motivação clara para correr a meia até 06 de agosto. Acho que minha carreira de longa termina por aqui. Daqui pra frente vou manter as corridas de 10km. No máximo 15km.

O que foi importante nesse processo todo foi a diminuição do álcool. Eu ainda bebo, mas escolho os dias para beber. Não pode atrapalhar os treinos.

Minhas dicas:

  • Siga as dicas dos profissionais quanto à hidratação e alimentação. Eu não sigo e me lasco por causa disso.
  • Não falte treino. Não importa o que aconteça.
  • Compre tênis apropriado.
  • Tenha objetivo definido.

Detalhes técnicos sobre a corrida:

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Pra encerrar, queria agradecer no maior estilo Nelson Piquet: "Eu agradeço a mim mesmo. Fui eu que corri essa porra."


"So long. So long.
 Somewhere down the road you're singing my song
 Still life remains
 Somewhere in my heart the beat goes on"
(mudei um pouco a letra)

terça-feira, 14 de maio de 2013

FacEclipse - A IDE de 1 milhão de dólares

Acabou de sair da minha cabeça uma ideia que eu venderia (à vista) por 1 milhão de dólares americanos.

Um fato. Grande parte dos problemas no desenvolvimento de software estão relacionados com comunicação:


  • Falta de comunicação
  • Comunicação ineficiente
  • Erros durante a comunicação
E se o eclipse fosse um ambiente semelhante ao facebook? Se para cada código comitado fosse possível:

  • Dar um joinha como forma de dizer: gostei disso!
  • Elaborar discussões a respeito daquilo (comentar)
  • Compartilhar com o resto da equipe algo que você acha muito importante
  • Perguntar diretamente ao desenvolvedor o que ele quis fazer com aquilo ou do que se trata aquele código (chat)
Perceba que isso é feito, mas está distribuído em diferentes fontes (lista de desenvolvedores, comentários em commits, documentos que ninguém lê, diagramas que ninguém atualiza etc). Por exemplo, as discussões que são feitas por lista de email estariam a um clique da entidade (método, classe, atributo etc) relacionada.

Outro ganho seria o treinamento de desenvolvedores. Aprender a programar é difícil. Normalmente, a melhor forma de fazê-lo é ter um Jedi ao seu lado. Com o FacEclipse, os Jedis estão o tempo todo ao seu lado e disponíveis a um clique.

Vai filho. Constrói. Ganhe dinheiro. E volta pra dar minha parte.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Traz tua vida, moça.

Gente, música e letra minhas. Intepretação de Daniella Maria Brito.

Lá vai! Valeu, Daniella Maria Brito! :)




quarta-feira, 31 de agosto de 2011

É a mesma coisa, só que com sangue.

Eu sou estudante de doutorado. O que significa dizer que o meu dia se divide entre ler e escrever (implementar software também é escrever). Emocionante, né? Se liga no bate-papo uol entre eu e minha namorada:

Lívia: Fez o que hoje?
me: Você sabe, né. Li. Escrevi. Usei redes sociais.
Lívia: humm...

(aqui ela resolveu começar o papo desagradável)

Lívia: aprendi a fazer parto cesáreo hj e a fórcepe
           na teoria
           heheheh

(tentei amenizar com uma piadinha até boa)

me: na pratica eh a mesma coisa liu
       soh que com sangue
(aí já era... )

Lívia: kkkkkkkkkkkk
          tem um perigo
          tem umas tecnicas e manobras n sei das quantas
          pode cegar o menino se fizer errado
          dar traumatismo craniano
          tem que ter experiencia

me: vou jantar. boa noite.

Eu não entendo como alguém se torna experiente em parto com fórceps. Tem tanto moleque cabeçudo assim no mundo? Que são os melhores? Os Cearenses?

Esse post foi só pra mostrar a diferença entre as emoções que ocorrem durante o meu dia e o dela. Enquanto eu leio e escrevo, ela tenta trazer ao mundo um parafuso maior que a porca.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Já não somos os mesmos e vivemos como nossos pais

Eu sinto muito o choque de gerações quando estou com alguns da minha família. Meu pai é exceção, ele entende que as coisas mudam, mas a maioria não é. É sempre a mesma tríade: concurso, estabilidade, e trabalhar pouco.

É difícil esse pessoal entender que as primaveras passaram. E como passaram! Não só isso, mudaram a forma como pensamos.

A gente, apesar de gostar bastante, não coloca o acúmulo de dinheiro em primeiro lugar. Nós queremos viajar. Nós queremos gastar. Poucos da gente pensam em ter 3 apartamentos para viver de aluguel. A ideia de ter um emprego estável em uma repartição para o resto da vida, embora tão bonita nos seus vitrais, nos repartem ao meio.

Quermos ser donos de algo. Material ou não. Queremos ter ideias e implanta-las antes que o fantasma da estabilidade e preguiça nos alcance.

Nós, apesar de termos sidos servidos a vida toda, somos amigos do garçom. Não notamos a diferença entre servido e servidor que era tão clara há 20 anos atrás. Não toleramos mal criação com qualquer que seja a pessoa, esteja ela sentada na sua mesa, no balcão do supermercado ou te trazendo uma cerveja.

A gente gosta de construir coisas. De verdade mesmo, estamos pouco preocupados com estabilidade. Talvez porque vocês se preocuparam demais com isso, ou talvez porque não seja mais preciso, dada a realidade que enfrentamos.

Nós queremos participar de coisas grandes, queremos mudar algo. Nós achamos mais interessante ser professor de um departamento pequeno e com gente afim de mudar algo, do que entrar em um já estabilizado e ter que lutar contra leões que, embora cansados, atrapalham um bocado.

A gente até topa fazer concurso para algum TR*, desde que possamos trabalhar de forma decente. Colocar a coisa pra frente, entendem? Não para ser mais um a interromper o carimbo às 17:59.

A gente, antes de vocês, percebeu que experiência tem pouco a ver com o tempo e muito a ver com o que se vive.