quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Livros e Remédios

Acabei de ler Adultérios, de Woody Allen. Estou dizendo isso porque é raro eu ler. Por isso, é preciso registrar. Já disse, não gosto de ler, gosto mais das figurinhas.

O fato é que depois desse livro eu consegui caracterizar livros como remédios. Eu espero que um livro exercite partes dos meu cérebro que nunca, ou na maioria das vezes, são pouco utilizadas. Ou seja, que me cure ou me faça melhorar de alguma deficiência.

No caso desse livro, eu o caracterizei como um placebo. Li rápido. Digeri. Me deu uma sensação bacana de bem-estar por causa dos diálogos inteligentes e piadas/sacadas interessantes. No entanto, foi tudo efêmero e não causou efeito real. Eu não consigo dizer para alguém os motivos para se ler Adultérios. O livro me deixou bem por um certo tempo (5 minutos), mas não vai me servir nem para me gabar na roda de pseuso-intelectuais que frequentam o bar do tenebroso.

"Cara, Woody Allen é um gênio. Já li vários livros dele. Ele é o cara. O ISO 9001 dos criadores de diálogo Froidianos. Leia Adultérios, leia porque...é...é...porque é dele, velho. O cara é bom."

Por outro lado, Cem Anos de Solidão é um livro que me curou alguns carcinomas (eu ia dizer câncer, mas o plural de câncer é muito escroto).

Ainda, eu acho que existem livros que assemelham-se a quimioterapia. Isto é, eles te curam de células danosas, mas estraga outras e fazem você se comportar como babaca quando vai discutir algo relacionado ao assunto. Exemplos desses livros você pode encontrar na seção de livros marxistas.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Carregadores de Piano

Essa dúvida de que somos ou não ciência é papo recorrente e polêmico. No entanto, uma coisa que tenho certeza desde que ouvi Jacques falando pela primeira vez é que nós (ciência da computação) somos meio.

É isso. Computação não é fim. É meio. Somos usados para alguém ganhar dinheiro mais rápido. Somos veículo. Carregadores de piano.

O problema é que eu sempre olhei essa constatação com 3 graus de miopia. Sempre olhava com o viés do mercado. Empresários utilizam sistemas de informação para gerenciar melhor os dados e automatizar tarefas e, por consequência, arrecadar mais metal. No entanto, se olharmos com os óculos da pesquisa, podemos também servir de veículo para outras ciências.

Veja, a estatística permeia quase todas as outras ciências, servindo de veículo para dizer verdades com 95% de confiança. Por que não somos tão bem sucedidos quanto eles? Ou somos?

Se for parar pra pensar, o MatLab está aí poupando unidades de tempo da galera tem um bom tempo. Só que eu acho que poderíamos fazer mais. Nos mostrar mais. Eu tenho uma impressão do tamanho do meu bigode de que tem gente usando Poly 1.6 pra fazer cálculo repetitivo na mão porque não conhece o conceito de algoritmo.

Tudo bem. A estatística é ensinada desde que nos entendemos por estudantes de exatas. Será que essa é a saída então? Uns 2,5 Tesla de algoritmos no ensino médio?

Esse post é isso mesmo. Várias perguntas que gostaria de ouvir algumas respostas. Se possível, divergentes :)